A Folha Paroquial da Unidade Pastoral pode ser descarregada aqui
Há 3 palavras que sinto virem ao de cima quando leio este texto dos talentos: as palavras alegria, fidelidade e serviço; “Muito bem, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor”. A alegria é o resultado de quem serve o seu Senhor na fidelidade.
Cada homem e cada mulher se aperfeiçoa, como pessoa, através do trabalho e do serviço feito na alegria e no amor. O trabalho e o serviço não são uma condenação, mas uma libertação, porque nos constroem como pessoas. Não precisamos só do trabalho para ganharmos o pão de cada dia, mas porque através do trabalho deixamos a nossa marca na construção do mundo. Se trabalhássemos só porque precisamos de ganhar dinheiro, os reformados seriam todas pessoas felizes, e alguns entram em depressão quando deixam de trabalhar.
Deus criou o mundo imperfeito para que o aperfeiçoássemos, tornando-nos colaboradores d’Ele na obra da criação. O Filho do homem veio ao mundo para servir e a Sua vida foi um serviço de amor humilde até ao extremo. A marca pessoal que deixamos com o nosso serviço, podemos chamar-lhe talentos para usar as palavra do Evangelho. Outras vezes chamamos- lhes carismas ou dons de Deus, que são dados a cada um em benefício de todos.
Os talentos de que fala o Evangelho de hoje são os dons, a graça própria que é dada a cada um para o serviço do Senhor e da comunidade humana. Deus quis que a Sua Igreja fosse uma comunidade ministerial, quer dizer, uma comunidade onde todos estão ao serviço de todos, de uma forma organizada, e segundo os seus carismas e dons em vista da missão da Igreja. Diz a carta a Timóteo: «Ele salvou-nos e chamou-nos para o seu santo trabalho, não em atenção às nossas obras, mas segundo seu próprio desígnio» (2 Tim 1, 9). Deus redimiu-nos para realizarmos a Sua vontade, o crescimento do seu Reino.
Servir é um ato de amor. Porque amo a Cristo e a Sua Igreja quero dar o melhor de mim mesmo para a Sua Glória segundo os meus carismas ou talentos. Há um provérbio dinamarquês que diz: “O que és constitui o presente de Deus para ti; o que fazes com o que és constitui o presente que ofereces a Deus”. S. Paulo, escrevendo aos cristãos de Roma, diz-lhes: “Não sejais preguiçosos na vossa dedicação; deixai-vos inflamar pelo Espírito; entregai-vos ao serviço do Senhor”. E acrescenta: “Temos dons que, consoante a graça que nos foi dada, são diferentes: se é o da profecia, que seja usado em sintonia com a fé; se é o do serviço, que seja usado a servir; se um tem o de ensinar, que o use no ensino; se outro tem o de exortar, que o use na exortação; quem reparte, faça-o com generosidade; quem preside, faça-o com dedicação; quem pratica a misericórdia, faça-o com alegria.”
O cristão que não se torna «pedra viva» da construção do edifício espiritual que é a Igreja, não cresce na vida cristã, pois ele é chamado a configurar-se com o Cristo servidor, e a crescer desenvolvendo os dons que lhe foram dados. Quando não o faz, enterra os seus talentos como o terceiro homem da parábola de hoje. Todos os serviços são bons e necessários e não há uns mais importantes do que outros; depende da forma como os vivemos. Conta-se que andavam três homens numa grande pedreira a partir pedra que seria levada para a construção de uma catedral. Um desconhecido passou e falou ao primeiro homem que suava, cansado, e com cara aborrecida: «Que fazes? “ Ele respondeu amargamente: «Não vês? -Estou aqui neste castigo diabólico a partir pedra todo o dia e as horas nunca mais passam».
A mesma pergunta foi feita ao segundo homem que fazia o mesmo trabalho: Ele respondeu: – Ganho o salário para sustentar a minha família. Ao terceiro homem, que partia pedra com ar feliz, foi-lhe feita a mesma pergunta: Ele ergueu a cabeça para as alturas e quase transfigurado pela alegria e pela fé, respondeu: “Trabalho na construção de uma catedral”. O serviço era o mesmo, mas a atitude do último transfigurava o serviço num ato libertador, num ato quase divino. O cristão deve fazer de todo o seu serviço um ato de oferenda a Deus Criador. Ele deve ver mais longe, pois todo o serviço que fazemos tem implicações com os outros, é construtor do mundo.
Procuremos ver de modo honesto e humilde aquilo em que somos bons e em que não somos: S. Paulo escreve: “Digo a todos e a cada um de vós que não se sinta acima do que deve sentir-se; mas (…) com a medida de fé que Deus distribuiu a cada um.” Dons espirituais e habilidades naturais são sempre confirmados pelos outros. Se alguém pensa que tem um talento para cantar ou ensinar a cantar, e ninguém mais concorda, acha que a pessoa tem mesmo esse dom?
Desejemos todos servir com humildade o Corpo de Cristo segundo os talentos que recebemos e um dia ouviremos o Senhor a dizer-Nos. « Muito bem, servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor.»
Lista possível de serviços
- Cantar num grupo coral da paróquia;
- Tocar um instrumento que sirva a liturgia
- Dirigir um coro; l
- er a palavra de Deus na missa
- Fazer parte de um grupo de arranjos florais para a Liturgia
- Voluntariar-se no acolhimento na secretaria
- Fazer parte de uma equipa de acolhimento aos Domingos (S. José)
- Fazer parte de uma equipa de evangelização
- Dar catequese a crianças, adolescentes ou adultos
- Fazer parte de uma equipa de oração e acompanhamento das pessoas em luto na altura do funeral.
- Fazer parte de uma equipa de preparação para o batismo
- Fazer parte de uma cadeia de adoração a começar no próximo ano pastoral ( S. José)
- Fazer parte de uma equipa de animação do percurso Alpha depois de fazer a preparação ( S. José)
- Fazer parte de uma equipa de eventos excepcionais (S. José)
- Visitar os doentes em casa
- Fazer parte de um pequeno grupo de aprofundamento da fé.
- Fazer parte da equipa de pastoral familiar (a formar) ( S. José)
- Fazer parte de uma equipa de casais (a formar) ( S. José)
- Animar um grupo de pais na catequese familiar (a formar) ( S. José)
- Fazer parte de uma comissão paroquial Justiça e paz (a criar)
- Fazer parte da equipa de comunicação da paróquia (a criar): folha paroquial, site, facebook, cartazes, Correio de Coimbra. ( S. José)
- E muitos outros consoante as necessidades e dons que aparecem.
Oração
“Senhor Jesus Cristo, que sendo de condição divina, Te abaixaste à condição humana e ,ainda mais, Te fizeste servo dos homens, lavando-lhes os pés, perdoa-nos o nosso orgulho e vaidade e a tentação que temos em ser servidos mais do que servir. Faz da nossa comunidade paroquial uma família onde cada um encontra o seu lugar no serviço. Não permitas que enterremos os dons que nos deste e não Te sigamos no caminho do serviço. Dá-nos a graça e a alegria de nos “fazermos servos uns dos outros na caridade.” Amen.