Folha paroquial – 34º TC – 26 Nov

Folha paroquial – 34º TC – 26 Nov

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Em Israel, os reis eram considerados pastores do seu povo. Eles tinham a tarefa de conduzir o povo pelos caminhos da paz e do bem e estarem ao seu serviço. Mas isso, em verdade, nunca aconteceu na história de Israel, se bem que o rei David ficou como símbolo do Rei- Messias que havia de vir e, esse sim, seria um Rei humilde que daria a vida pelo seu povo.

Cristo é o Bom pastor e o Rei esperado. Ele cuida de cada uma das suas ovelhas, vai à procura da que está ferida e cura-lhes as chagas. Mais do que isso, Ele identifica-se com cada uma que sofre e todo aquele que fizer o bem a uma das suas ovelhas é a Ele que o faz. Nós, pelo Baptismo, somos participantes da realeza de Cristo e chamados por Ele a servir o Reino de Deus no mundo, fazendo o que Ele nos    mandou e como nos deu o exemplo.

Este dia fala-nos também da forma como Jesus voltou do avesso as conceções do seu tempo e também do nosso. O Rei é o pobre. Todas as vezes que olhastes o pobre com amor, o servistes com amor, foi a Mim que o fizestes.

Celebrámos no Domingo passado o 1º dia mundial dos pobres.  Talvez não tenhamos tido  ocasião de ler a mensagem do papa para este dia. Vale a pena, em dia de Cristo Rei, ouvi-lo nalguns pequenos extratos: «Não pensemos nos pobres apenas como destinatários duma boa obra de voluntariado, que se pratica uma vez por semana, ou, menos ainda, de gestos improvisados de boa vontade para pôr a consciência em paz. Estas experiências, embora válidas e úteis a fim de sensibilizar para as necessidades de tantos irmãos e para as injustiças que frequentemente são a sua causa, deveriam abrir a um verdadeiro encontro com os pobres e dar lugar a uma partilha que se torne estilo de vida. Na verdade, a oração, o caminho do discipulado e a conversão encontram, na caridade que se torna partilha, a prova da sua autenticidade evangélica. E deste modo de viver derivam alegria e serenidade de espírito, porque se toca com as mãos a carne de Cristo. Se realmente queremos encontrar Cristo, é preciso que toquemos o seu corpo no corpo chagado dos pobres, como resposta à comunhão sacramental recebida na Eucaristia. O Corpo de Cristo, partido na    sagrada liturgia, deixa-se encontrar pela caridade partilhada no rosto e na pessoa dos irmãos e irmãs mais frágeis.” (…) Portanto somos     chamados a estender a mão aos pobres, a encontrá-los, fixá-los nos olhos, abraçá-los, para lhes fazer sentir o calor do amor que rompe o círculo da solidão. “

Como nos diz o papa, ajudar os pobres é muito mais do que lhes dar esmola. A pobreza é complexa e podemos não ajudar nada o pobre dando-lhe esmola sem conhecermos a sua realidade e o  acompanharmos. Temos pobres que pedem à porta da igreja de S. José em cada Domingo. Fazemos mais bem em dar-lhe esmola ou em dar esse dinheiro, por exemplo, ao centro de acolhimento para que os acompanhem? Sei que o centro já ofereceu, a um deles,  dinheiro, mensalmente, com a condição de deixarem de estar à porta a pedir mas a proposta foi recusada. Não estaremos nós a provocar a mendicidade? Então como os devemos ajudar? Fazendo o que o papa nos sugere: Tornar-nos seus irmãos, falar com eles, convidá-los a    almoçar, interessar-se pela sua história e dar a nossa ajuda material, não diretamente a eles, mas a quem os possa acompanhar para os ajudar não só a terem comer mas a elevá-los como pessoas.

Bendito seja o nosso Rei que se fez pobre, despojado de tudo,   ferido humilhado e desfigurado. Mas foi na sua pobreza que fomos enriquecidos. Que Ele nos ajude a tornarmo-nos servos dos irmãos , pois, no cristianismo ,reinar é servir com humildade.

Senhor Jesus Cristo
Rei e Senhor do Universo
Como queres que Te contemple?
Na tua majestade divina, sentado à direita do Pai,
cheio de esplendor e de glória,
Ou a lavar os pés aos discípulos, a suar sangue no Gólgota,
e a sofrer na cruz?
Gostaria mais de Te seguir na tua Majestade, poder e glória
Sem ter de fazer o caminho do serviço humilde e da cruz.
E sei qual é a tua resposta:
“Se alguém quiser seguir-Me (e reinar comigo)
Pegue na sua cruz e siga-me.”
Senhor, meu Rei, dá-me um coração humilde e pobre
Para que Te reconheça e te siga no faminto, no doente, no viciado
E em todos aqueles que provocam a minha própria fragilidade.
A Ti, Rei imortal,
toda a glória te seja dada pelos séculos dos séculos. Ámen.

 

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