Papa declara como Magistério a possibilidade de recasados acederem aos sacramentos

Papa declara como Magistério a possibilidade de recasados acederem aos sacramentos

Muitos encontram nestas disposições uma contradição em relação ao Magistério mais antigo da Igreja que fala da indissolubilidade do matrimónio, mas o Papa, com esta publicação, parece indicar que não existe essa contradição, embora sem explicitar de que forma é possível essa situação.
 
O Pe. Jorge Cunha, professor de Teologia da Universidade Católica no Porto, começa por dizer que o tema é «muito sensível e de difícil explicação», mas diz que fica «muito satisfeito» com esta publicação. «Na Amoris laetitia isto já está explicado. O Papa vem modificar a questão da moral da Igreja, e não há contradição entre deixar as pessoas ir à comunhão e a rutura que aconteceu», explica, acrescentando que «este tema será objeto de debate entre os teólogos nos próximos anos». «O Papa move-se noutro mundo que é preciso estudar com muita argúcia e cabe aos teólogos conseguirem refletir sobre isso», reconhece.
 
O Pe. Jorge Cunha explica que a Igreja não passou a aceitar as segundas uniões ou o divórcio, mas que, «após um fracasso, pode haver um processo de conversão». «O Direito Canónico é importante, mas não é tudo. A graça divina tem precedência sobre ele», e se houver um «processo pastoral que conclua que as pessoas estão na graça de Deus, a Igreja não tem o direito de as afastar dos sacramentos», refere, voltando a reforçar que é um assunto que merece «debate e reflexão» e que não tem uma explicação «fácil».

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