Folha Paroquial – Domingo II da Páscoa

Folha Paroquial – Domingo II da Páscoa

“Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia.”

A folha pode ser descarregada em: Domingo II da Páscoa

«Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.»

No segundo Domingo de Páscoa ouvimos sempre o mandato missionário de Jesus na versão de S. João. O primeiro protagonista da evangelização é o Espírito Santo, dom de Cristo glorificado pela morte e ressurreição. «Assim como o Pai me enviou também eu vos envio a vós.» É como que a dizer-nos …porque sei que sem o meu Espírito em vós nada sereis capazes de fazer, «soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo».
Ao dirigir-se aos discípulos e em resposta à exigência incrédula de Tomé, Jesus mostra-se com os sinais da Sua entrega por nós na cruz. Ele é doravante o Cordeiro imolado trespassado nas mãos e nos pés, e mesmo depois de morto, perfurado no coração. Mas agora essas chagas são gloriosas e é nelas que somos curados e encontramos a vida.
Jesus quis ficar eternamente connosco no sacramento da Sua entrega por nós, no Seu corpo imolado-ressuscitado por nosso amor e esse sinal é a Eucaristia acerca da qual Ele nos disse: «Tomai e comei, isto é o Meu corpo entregue por vós. Tomei e bebei este é o meu sangue, sangue da aliança nova e eterna derramado por vós e por todos para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim»
A Eucaristia, isto é a presença real de Jesus, o Vivente, no meio de nós é o grande mistério da fé que professamos e celebramos e acerca do qual dizemos: «Anunciamos Senhor a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição, Vinde Senhor Jesus» Ao professar esta fé somos os destinatários da bem-aventurança que Jesus proferiu diante de Tomé: «Porque me viste acreditaste, felizes os que acreditam sem terem visto». Nós vemos o pão consagrado, e acreditamos nas Palavras de Jesus que disse: «Isto é o Meu corpo entregue por vós».
Este mistério é-nos dado, em primeiro lugar, para ser alimento na celebração eucarística e, em segundo lugar, para ser adorado. A adoração eucarística prolonga e intensifica o que é celebrado na missa.
O papa João Paulo II dizia : «O Senhor Jesus plantou a sua tenda entre nós (Jo1,14) e a partir da sua morada eucarística, repete a cada homem e mulher estas doces palavras: “Vinde a Mim, vós todos que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” ( Mt 11,28). O Santo Cura d’Ars apontava para o sacrário dizendo aos seus fiéis : «Jesus está realmente e verdadeiramente ali, e se soubésseis quanto Ele vos ama, seríeis as pessoas mais felizes do mundo.» Mais do que tudo na terra, Deus quer que sejamos felizes e que venhamos até Ele, porque a verdadeira felicidade consiste em conhecer o verdadeiro amor: Um amor que não muda nunca…um amor sem limites e sem condições. Por isso, a Igreja não cessa de repetir estas palavras: «Jesus espera-vos no seu sacramento de amor, onde Ele repete o seu eterno convite: «Não podeis vigiar uma hora comigo? ( Mc 14,37).
Por isso, o papa diz que o seu grande desejo e a sua visão para a Igreja é que cada paróquia estabeleça a adoração permanente. Isto acontece quando uma paróquia abre uma capela ou uma pequena sala de oração, dia e noite, com a exposição permanente do Santíssimo Sacramento. Se cada um de nós consentir em passar uma hora por semana com Jesus realmente presente no Santíssimo Sacramento, então nós podemos organizar todas as horas do dia e da noite, de modo a que haja aí sempre ao menos uma pessoa com Jesus, e nós poderíamos ter a adoração perpétua na paróquia.
Em S. José começamos hoje, Domingo da Misericórdia, em que Jesus nos mostra os sinais do Seu corpo entregue por amor, a adoração todos os dias da semana com o seguinte ritmo: Domingo das 14:00 às 24:00, segunda das 8:00 às 24:00, Terça a partir das 8:00 e, ininterruptamente, até sexta às 24:00. Sábado das 8:00 às 24:00. Bendito seja Deus! Sete dias na semana, irmãos e irmãs, vão estar diante de Jesus morto e ressuscitado que lhes vai comunicar, como aos discípulos, o dom da paz: «A paz esteja convosco». É daqui que receberemos o envio missionário: “Assim como o Pai me enviou também eu Vos envio a vós».
Rezo quotidianamente para que se possa vir a cumprir na paróquia de S. José e de S. João Baptista aquele que é o sonho do papa Francisco para toda a Igreja. “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários a linguagem, e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual do que à auto-preservação”. ( EG, nº 27). Mas uma paróquia que deseja ser evangelizadora tem de acolher primeiro o apelo a estar com Ele para depois ser enviada. Acerca do chamamento dos discípulos, diz-nos o evangelista: «Chamou-os para estarem com Ele e para os enviar em missão» Saboreemos na adoração quanto o Senhor é bom para falarmos d’Ele com a experiência do amor.
Em S. João Batista, já há cinco anos que a paróquia dedica 40 horas por semana ininterruptamente para estar com o Senhor em adoração. Muita gente recebeu graças incontáveis por estar na presença de Deus. Entretanto, a paróquia foi crescendo na assiduidade ao ensino, à comunhão fraterna, ao serviço à fração do pão e à evangelização. E se fôssemos mais longe? Vamos acrescentar a terça-feira e a noite de terça para quarta. E assim ficaremos, por agora, com adoração de terça para quarta e de quarta para quinta-feira.
Quando visitamos o mosteiro da Batalha deparamo-nos sempre com dois soldados que, noite e dia, fazem guarda de honra aos heróis que morreram pela pátria e cujos nomes nem sabemos, e por isso dizemos «o soldado desconhecido».
Não deveríamos dar uma maior honra ao Rei dos reis e Senhor do senhores ( Ap 19,16) não a uma estátua ou mausoléu, mas ao Deus vivo, realmente presente na Eucaristia? A Escritura diz : «O Cordeiro imolado é digno de receber a honra, o louvor e a glória» (Ap 5, 12) numa adoração incessante (Ap 7,15) por tudo o que fez pela nossa salvação (Ap5,9) .
Jesus dizia a Santa Margarida Maria em Paray le Monial: «Tenho sede e uma sede tão ardente de ser amado pelos homens no Santíssimo Sacramento». «Eis o coração que vos ama tanto, suplico-vos que me ameis também». «Então, eu reinarei pelo poder do meu Coração e vereis a magnificência do meu amor.»
Não regateemos uma hora por semana para estar com o Senhor e ofereçamos-lha de coração generoso. Se todas as horas são boas para estar com o Senhor e contribuir assim para a salvação do mundo e da nossa família, gostaria de fazer um apelo direto para as horas da noite entre meia-noite e seis horas da manhã, pois são as horas mais difíceis para estar com Ele, aquela hora em que os discípulos adormeceram e Jesus foi ter com eles e disse-lhes: «não podeis vigiar uma hora comigo? Vigiai e orai para não cairdes em tentação». Esta fé heroica que nos leva a vir rezar de noite, pode comparar-se à fé que Jesus encontrou em tantas pessoas e o levou a fazer tantos milagres. Deus nunca se deixa vencer em generosidade. Quanto mais somos generosos com Deus, mais Ele derramará as Suas graças de misericórdia e de paz sobre a nossa Igreja e o nosso mundo. Aqueles que passam uma hora com Ele durante a noite dão testemunho da Luz que rejeita as trevas. Como os Israelitas viam uma coluna de fogo na noite (Números 9,15-16), como Moisés encontra Deus na sarça ardente (Ex 3), no Santíssimo Sacramento, Cristo é um braseiro ardente de amor.
Então vinde com confiança ao trono da graça para alcançardes graça e misericórdia. Adorai o Senhor que esteve morto, mas agora é o Vivente pelos séculos dos séculos. Ámen.

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