“«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei.».”
A folha pode ser descarregada em: Domingo V da Páscoa
«Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos»
Ele contou-me que estava em oração a falar a Jesus em todos os seus planos para a sua nova paróquia. Pedia ajuda ao Senhor para ser capaz de lançar bem aqueles projetos para ajudar a construir uma paróquia viva e missionária. Depois abriu a Bíblia ao acaso e deparou com o texto de S. João, capítulo 15, que é o evangelho da missa de hoje, 5º Domingo da Páscoa. «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permaneceres em Mim. (…) Sem Mim nada podeis fazer.» Ele percebeu que Aquela Palavra iluminava e ao mesmo tempo redirecionava o pedido que antes tinha feito na oração. Era como se Jesus lhe estivesse a dizer. “O teu maior projeto deve ser permanecer em Mim e ajudares os meus discípulos a fazerem o mesmo, porque se permanecerdes em Mim e as Minhas Palavras permanecerem em vós, então pedireis tudo o que quiseres e ser-vos á concedido, pois a glória de Meu Pai é que deis muito fruto». Então vos tornareis Meus discípulos.»
De facto, isto é a base de todo o discipulado cristão; Estar com Ele, permanecer n’Ele para depois sermos enviados por Ele. Esta é a conversão permanente a fazer. Voltar sempre a Ele, escutá-Lo, pois depressa nos enchemos de nós, nos deixamos levar pelas nossas boas intenções e projetos onde nos procuramos a nós mesmos em vez da glória de Deus e, se não estivermos atentos, se não nos sentamos ao pé d’Ele a escutá-lo, quando pensamos que estamos a servi-Lo e a fazer o Seu trabalho, já estamos a procurar-nos a nós , a dar força ao nosso ego, e a fazer o nosso trabalho e não o d’Ele.
Jesus deseja que demos fruto e que a Missão que Ele nos confiou cresça e se desenvolva, mas temos de deixar ser Ele a conduzir as coisas. Isso não significa que Deus nos dispense de trabalhar; pelo contrário, significa é que ficamos mais dependentes d’Ele para fazer da forma como Ele quer e no timing que Ele deseja. Deus não faz nada sem nós, mas quando decidimos pôr-nos à disposição d’Ele para nos tornarmos seus instrumentos que Ele usa, então a missão avança. Na primeira leitura de hoje, é-nos mostrado as maravilhas que Deus faz na comunidade cristã, como converteu Paulo, de forma prodigiosa, para o chamar para a sua Missão e como ele depressa se colocou ao serviço do anúncio do Evangelho, começando a falar com desassombro do Senhor Jesus. E o texto termina dizendo: “a Igreja ia-se edificando vivendo no temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo”. A comunidade cristã para crescer na fé e na esperança, precisa de experimentar, no meio de si, a glória de Deus. Jesus disse sempre que não nos faltaria com os sinais da sua presença, “com curas milagres e prodígios” e um desses maiores prodígios são as conversões dos corações. Mas também podemos e devemos esperar e pedir outras maravilhas da parte de Deus. Tem sido motivo de grande alegria e ação de graças as curas que temos visto o Senhor a realizar na paróquia de S. João Batista em resposta à oração da comunidade reunida suplicando por alguns irmãos em estado grave de saúde. Não esperar esses sinais e não os pedir com fé e confiança, é esperar pouco do Senhor e é desacreditar do seu poder de ressuscitado. E quanto mais permanecermos n’Ele e escutarmos a sua palavra mais veremos a sua glória e mais frutos daremos. Não nos disse Ele, ainda hoje, no Evangelho, “Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido?” Então acreditemos na Sua Palavra, e esperemos d’Ele tudo o que Lhe pedirmos que esteja de acordo com a Sua vontade.