Folha Paroquial – Domingo VI da Páscoa

Folha Paroquial – Domingo VI da Páscoa

“«Diante dos povos manifestou Deus a salvação.»”

A folha pode ser descarregada em: Domingo VI da Páscoa

«Vem Espírito Santo e renova a face da terra.»

O episódio da conversão e do batismo de Cornélio bem como da sua família, pelo apóstolo Pedro é revelador da transformação de mentalidade que a Igreja primitiva teve de fazer quando teve de decidir ou abrir-se aos pagãos ou continuar fechada ao mundo exterior pregando apenas aos judeus como se fazia até ali. Quem os vai conduzir e ajudar neste discernimento? O Espírito Santo que conduz a Igreja para a verdade total, como Jesus tinha prometido. Mas para isso é preciso ser capaz de ouvir a Sua voz colocando-se em terreno neutro de quem se despe da sua vontade para se abrir a uma vontade ou desejo diferente do que nos habita, o que não é nada fácil. Pedro ainda não tinha terminado a sua pregação, o anúncio do núcleo central da fé cristã, e já o Espírito inundava o coração dos ouvintes, pois ouviam-nos falar em diversas línguas e glorificar a Deus. O dom do Espírito, quando o deixamos atuar, torna-se sensível. Ele é como o vento. «Ouves a sua voz, sentes os seus efeitos, mas não sabes donde vem nem para onde vai» (Jo3,8). Na Igreja primitiva a proclamação da fé era sempre acompanhada por manifestações de poder por meio do Espírito Santo. Paulo atesta em 1 Cor2,4-5: “A minha palavra e a minha pregação nada tinham dos argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” Esta experiência do Espírito que habita em nós era essencial para o desenvolvimento e o crescimento da Igreja no princípio e continua a sê-lo hoje. Não é por isso de admirar que todas as Igrejas vivas e em crescimento não só encorajem, mas proporcionem aos seus fiéis não somente acreditar no Espírito Santo ou recebê-Lo sacramentalmente, mas também experimentar, de facto, a Sua força e o Seu poder nas suas vidas. A primeira vaga de evangelização nasceu com o primeiro Pentecostes. E todas as vagas de evangelização que a história conheceu foram sempre fruto de novos Pentecostes, de forma que ser cristão, significa ser pentecostal, ou seja, significa viver do entusiasmo que o Espírito gera naquele que o habita. Não ser pentecostal é viver uma fé apenas exterior sem correspondência com uma vida interior, o que é uma secura e um vazio.
Nenhuma paróquia, nenhuma pessoa e nenhum grupo, pode ser renovado sem o sopro vivificante do Espírito. Às vezes pensa–se que a renovação pode vir de bons esquemas, de bons planos, de boa liderança, e de muita resiliência. Tudo isso ajuda, mas nada disso renova a paróquia se os fiéis não fizerem a experiência real de serem cheios do Espírito Santo e sentirem-se, eles mesmos, homens e mulheres renovados pela experiência transformadora do amor de Deus. A boa notícia é que Deus está sempre de coração aberto para nos encher do seu Espírito, pois isso faz parte do Seu grande plano de amor. O dom maior que Ele nos quer dar é o Espírito Santo. Jesus disse que o pedido que Deus sempre ouviria era o pedido do dom do Espírito, «porque se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu não dará o Espírito Santo àqueles que O pedirem.” Por isso pedi-O e recebereis».
No fim-de semana do percurso Alpha somos testemunhas daquilo que Deus faz em cada pessoa quando rezam por nós para que sejamos cheios do Espírito Santo. Como dizia alguém, Deus experimenta-se como real, vivo e próximo. Uma adolescente do 9º ano da catequese que fez o percurso Alpha adolescente, este ano, em S. João Baptista, avaliando o seu percurso dizia: – «Catequista, tu falavas-nos bem de Deus e nós compreendíamos-te com a nossa cabeça, mas agora nós sentimo-lo aqui, no coração.» E é isto que faz toda a diferença. É quando sentimos Deus, aqui, no coração que ficamos motivados para O escutar, para O servir, para Lhe responder com amor, para construir a Sua Igreja, para nos amarmos como Ele nos amou e com a força do Seu Espírito. Sem esta experiência, Deus torna-se longínquo, o Evangelho letra morta, a liturgia uma seca, a moral um agir de escravos, a igreja uma instituição velha e caduca. Por isso, ontem como hoje, o que precisamos é de sermos cheios do Espírito e por isso o devemos pedir pessoal e comunitariamente.

Estamos a duas semanas da celebração do Pentecostes. Vários jovens e adultos vão receber o sacramento do crisma, mas somos nós todos, membros da comunidade, que precisamos constantemente de ser renovados pelo poder do Espírito.
Nesta semana oremos na nossa oração pessoal, e sempre que rezarmos em comum na passagem de hora na adoração, pedindo o dom do Espírito para os que O vão receber sacramentalmente e para todos os que quiserem ser renovados n’Ele. Além da vigília para os crismandos, no dia 18 de maio, sexta- feira na capela dos Dehonianos, em S. João Baptista haverá uma vigília no sábado às 21:30 onde estarão presentes muitos membros da Comunidade Emanuel nacional e do percurso Alpha da paróquia.

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