No ano passado fui convidada a fazer o primeiro Curso Alpha na paróquia de S. José, e ao aceitar este convite foi-me dada uma nova oportunidade, um novo começo… Quando cheguei ao final do Curso, surgiu um novo convite, e como a “sede” que sentia era constante e persistente, aceitei. Mais uns passinhos dados, que me levaram novamente a um novo convite, a ida a Milão, ao 30º Congresso Internacional de Células Paroquiais de Evangelização.
Embora as expectativas fossem muito elevadas, o que vivenciei em Milão superou qualquer expetativa que levava no meu coração.
Esta experiência começou por ser surpreendente, pois, de uma forma muito inesperada e intensa, a união e o amor fraterno que começou a nascer entre os elementos da comitiva de Portugal, o Sr Padre Jorge (sempre imprevisível, curioso, atento e surpreendente) e nove leigos que mal se conheciam, alguns dos quais nem nunca se tinham visto, foi extraordinário.
Durante o congresso, os ensinamentos e partilhas levaram-nos, através do Espírito Santo, a momentos muito intensos, algumas vezes em êxtase, outras vezes em sofrimento profundo, mas sempre amparados pelo amor fraterno que nos unia, e que nos permitiu ter força e coragem para reconhecer e aceitar as nossas feridas e fraquezas que tantas vezes nos impediam e impedem de aceitar verdadeiramente a nossa missão.
O Amor do Pai tocou-nos de uma forma tão especial, que embora o elemento mais novo da comitiva tivesse 38 anos (sim, não éramos a comitiva mais jovem!!!), fomos convidados pela comitiva da Irlanda para irmos ao seu país partilhar a nossa Alegria, para que as igrejas da Irlanda voltem a ter jovens e crianças….
Durante estes 4 dias, a experiência foi de tal forma intensa para alguns de nós, que houve um momento em que a Ana Dioniz nos teve de acalmar dizendo “Sintam essa chama, esse calor, mas não se deixem queimar por ela, aprendam a doseá-la!! Sintam essa Chama no silêncio”.
E para terminar, o que deveriam ser umas breves palavras, vou partilhar o principal ensinamento que trouxe de Milão, que foi muito simples, como sempre acontece nas palavras e ensinamentos de Jesus, “o Amor do Pai transforma-se dentro do nosso coração e transborda em Alegria e Amor ao próximo”.
Por muito dilacerado, maltratado, dorido ou acorrentado que esteja o nosso coração, basta aceitar, aceitar verdadeiramente o Amor do Pai, para que a nossa face se transforme, deixe de estar triste e cinzenta para passar a espelhar a Alegria que resulta do reconhecimento de que o Pai nos ama verdadeiramente, sem condições, sem criticas e sem objeções.
Percebi que como Cristã, a minha missão é evangelizar, mas evangelizar através da doação de Amor e Alegria. Pois de que outro modo as minhas palavras e ações poderiam tocar no coração do irmão, se não sentisse e demonstrasse que o meu coração transborda de Amor e Alegria?
Aprendi e percebi a importância do crescimento e multiplicação das Células de Evangelização, mas aprendi principalmente que sem o Amor e a Alegria com que o Espírito Santo nos preenche, nunca seria possível evangelizar de forma plena, pois só o Amor e a Alegria da Palavra do Senhor toca o coração do próximo…
O “Amor não pode ser apenas um projeto, o Amor tem que ser um movimento”.
Adriana Macedo