Porquê a estrela? E o que significa?

Porquê a estrela? E o que significa?

A esperança na vinda do messias era muito viva no tempo de Jesus. Toda a gente falava disso e rezava-se para apressar a sua vinda. Um dos sinais pelos quais se pensava que a vinda do Messias seria sinalizada era por uma estrela. E esta crença tinha a sua raiz na profecia de Balaão. Talvez valha a pena conhecermos esta bela passagem que se encontra no livro dos Números: quando as tribos de Israel, já no final do êxodo, se aproximam da terra prometida e estão a travessar as planícies de Moab (hoje Jordânia), o rei de Moab, Balac, convoca o profeta Balaão para que, do alto do monte, à vista das tribos de Israel, as amaldiçoe, pois tem medo delas por estarem abençoadas e protegidas por Deus. Mas em vez de amaldiçoar, Balaão, inspirado por Deus, começa a proferir profecias de felicidade e de glória para Israel, e em especial ele ousa dizer: «Uma estrela surge de Jacob e um cetro se ergue de Israel». É daqui que vem a crença de que uma estrela iluminaria o céu quando o Messias surgisse. Herodes sabe bem o significado da estrela e por isso fica atemorizado quando os magos lhe dizem que viram a estrela no oriente e que a seguem.

O texto do Evangelho do Domingo passado mostra-nos que há uma luz que irradia sobre o mundo. Começa por iluminar os Magos e condu-los na sua procura. Mas, paradoxalmente, Jerusalém está às escuras e não vê luz nenhuma. A luz que conduz os Magos apaga-se naquela cidade que mais devia resplandecer. «para nos libertar das trevas e das sombras da morte», não se abrem à luz e permanecem na morte.

Pe Jorge Santos

Os magos prosseguem o seu caminho e a Luz de novo irradia, tornando-se sol esplendoroso em Belém, naquela gruta, onde os Magos entram e adoram. A estrela que tinha conduzido os seus corações à procura, está ali indicando-lhes quem é a Luz do mundo. Mais tarde, na cura de um cego, essa luz dirá: «Eu vim a este mundo para proceder a um juízo, de modo que os que não veem vejam, e os que veem fiquem cegos.» (Jo 9,39). Diz S. João, no prólogo, a abertura do seu evangelho: «Veio para o que era seu, e os seus não O receberam. Mas àqueles que o receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus”. “Agora já não há judeu nem grego”, recebe-se a graça, «de graça», isto é, gratuitamente: é pela fé no seu nome que nos tornamos filhos de Deus. A sua luz estendeu-se ao mundo inteiro e todos são bem-vindos ao encontro do Senhor que abre as portas do seu coração sempre que encontrar alguém com sede de verdade.

Se Deus acolhe a todos no seu coração, gratuitamente, sem exigir nada, a não ser a reta intenção de procura, não devemos também nós, comunidade cristã, fazer o mesmo? Não temos colocado muitos entraves a que venham? Muitas exigências morais que nem nós sempre cumprimos? A Igreja, diz o papa Francisco, deve ser uma mãe de coração aberto para todos e especialmente para os mais feridos e que não vivem segundo os nossos critérios morais. A Igreja é como um hospital de campanha que está sempre a acompanhar os homens onde estiverem feridos para estar próximo deles e os curar. Precisamos de acolher melhor à maneira de Jesus. As pessoas só darão o passo da fé e da entrega da vida a Jesus quando se sentirem acolhidas e amadas. Vamos todos melhorar o acolhimento nas nossas paróquias, desde a entrada na igreja a todas as dimensões do acolhimento.

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