Serão de Cura e Misericórdia – Os dois nomes de Jesus

Serão de Cura e Misericórdia – Os dois nomes de Jesus

Tivemos na passada quinta-feira dia 9 de janeiro a primeira Oração de Cura e de Misericórdia deste ano de 2020 e, para além de um tempo de louvor, adoração e intercessão que é mais ou menos previsível em todas as sessões, desta vez o Paulo Pereirinha, responsável do Sector Norte da Comunidade Emanuel, falou-nos dos dois nomes de Jesus. Transcrevemos aqui parte das suas notas:

“O anjo do Senhor apareceu-lhe em sonhos e disse-lhe: «José, filho de David, não temas receber Maria tua esposa, porque o que ela concebeu é obra do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque ele salvará o povo dos seus pecados.»
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco.” (Mt. 120-23)
Esta passagem é muitas vezes intitulada: o anúncio a José. Com efeito, o anjo revela-lhe, depois de o ter feito a Maria, o plano de Deus para a salvação dos homens. Esta criança, trazida por Maria, vem do Espírito Santo. É pedido a José que assuma a paternidade humana e lhe dê um nome escolhido pelo próprio Deus: “Jesus”, que quer dizer: “Deus salva”.

Aquele que vem, o filho de Deus, é primeiro, “aquele que salva”. No entanto, é preciso que nós reconheçamos que precisamos de ser salvos. Ora, é muitas vezes nas provações que nós nos voltamos para Deus, dizendo: “Senhor vem em meu auxílio!” quando nos apercebemos que pelas nossas próprias forças não conseguimos. Ao constatarmos a nossa impotência, os nossos limites, ao fazermos a experiência das nossas incapacidades e mais ainda, do pecado que nos afasta do amor, nós percebemos que precisamos de um salvador.

Mas de que salvador? É Jesus, e só ele, que nós devemos escolher como nosso único Salvador. Sem irmos à procura a outros lugares: curandeiros, gurus, astrólogos, deuses e ídolos… Não! Jesus, nosso único Salvador que se basta a si mesmo, que basta para todas as nossas necessidades, para todas as nossas esperas. Lembra-nos a profecia de Joel que vem iluminar o acontecimento de Pentecostes: “aquele que invocar o nome de Jesus será salvo” (Joel 2, 32).
Mas, curiosamente, o evangelista depois de ter relatado a indicação muito precisa do anjo a José para chamar a este filho “Jesus”, acrescenta uma explicação destinada aos seus leitores judeus, para bem assinalar que se trata aqui do cumprimento das palavras dos profetas que eles conhecem, como a de Isaías 7, 14: “Será chamado Emanuel”. Jesus, “Deus que salva”, vai também chamar-se “Emanuel”, que quer dizer “Deus connosco”.

Porquê este segundo nome, que vem completar e enriquecer o primeiro? O que é que ele nos traz a mais? A revelação que Deus não é só aquele que nos salva. Ele poderia fazer isso de longe, lá do alto dos céus, sem se misturar com as nossas histórias, sem se envolver pessoalmente, com um golpe de varinha mágica. Mas não foi assim que ele quis fazer. Nós não temos um Deus debruçado das nuvens, como um frio arquiteto do universo, controlador, justiceiro, ou mesmo cheio de uma piedade imaculada mas distante. Não, ele é “Deus connosco”, aquele que está mesmo próximo, que veio partilhar o quotidiano das nossas vidas de homens e mulheres: alegrias, preocupações, penas, provações…

Jesus não nos salvou de longe, com luvas e pinças. Ele fez-se um de nós, tomando a nossa condição humana, vivendo tudo da nossa vida, com exceção do pecado. E tudo isso gratuitamente, por amor por nós que não merecemos nada! Como não imaginar que ele esteja presente hoje, como ontem e amanhã, em todos os acontecimentos das nossas vidas, em especial nas provações? Deus é Deus, é o Outro, mas ele é também nosso Pai tão próximo; e, em Jesus, quis tornar-se nosso companheiro, nosso irmão, para que não tenhamos medo dele, para que nos sentíssemos amados tal como somos, mesmo no meio das nossas fraquezas.

Então nós poderemos com alegria acolher Deus como ele é realmente: um Deus próximo, benevolente, generoso, compassivo, misericordioso, preocupado com a nossa felicidade, sempre fiel ao nosso lado, mesmo e sobretudo nos combates e provações.

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