Folha Paroquial nº 108 *Ano III* 19.01.2020 — DOMINGO II do TEMPO COMUM

Folha Paroquial nº 108 *Ano III* 19.01.2020 — DOMINGO II do TEMPO COMUM

«Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.»

A folha pode ser descarregada aqui.

«EVANGELHO ( Jo 1, 29-34 )
Naquele tempo, João Baptis-ta viu Jesus, que vinha ao seu encontro, e exclamou: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É d’Ele que eu dizia: ‘Depois de mim vem um homem, que passou à minha frente, porque era antes de mim’. Eu não O conhecia, mas foi para Ele Se manifestar a Isra-el que eu vim batizar na água». João deu mais este testemunho: «Eu vi o Espíri-to Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou na batizar na água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e per-manecer é que batiza no Espírito Santo’. Ora, eu vi e dou testemu-nho de que Ele é o Filho de Deus».»

MEDITAÇÃO
A PALAVRA DE DEUS NA VIDA DA IGREJA E DE CADA CRISTÃO
Sempre que houve na minha história pessoal, alguma mudança re-novadora, foi fruto de uma Palavra de Deus que iluminou a minha mente e o meu coração. Aos 19 anos, quando andava confuso e dividido entre ser padre ou seguir outros caminhos nos quais me sentia aprisionado, houve uma Palavra, da Bíblia, que percebi que era para mim, logo que os meus olhos caíram nela. Dizia: «O reino dos céus é semelhante a um homem que encontrou um grande tesouro no seu campo, quando o encontro ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía para adquirir esse campo”. Santa Teresinha do Menino Jesus conta-nos como o capítulo 13 da carta aos Coríntios a iluminou para encontrar a sua vocação na Igreja. A Palavra de Deus tem sido a luz a iluminar o caminho de multidões e multidões ao longo dos séculos. Ela é misteriosa. A carta aos He-breus, diz-nos que ela «é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articu-lações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração».
Algumas pessoas pensam e dizem: “A Bíblia? Um livro tão antigo e ainda por cima escrito numa cultura tão distante e diferente da nossa, o que pode dizer ao homem da era tecnológica? No entanto, temos de admitir que ela continua a atrair a humanidade. O sinal disso, é que continua a ser o livro mais vendido no mundo, todos os anos, desde sempre. Não há nenhum que se lhe compare. Em cada ano mais de cem milhões de Bíblias são vendidas e oferecidas. Não pode fazer parte da lista dos best-seller pois não tinha piada ser sempre o mesmo todos os anos. Porque é que num mundo que parece ser tão indiferente a um Deus pessoal, a Bíblia continua a ser imensamente vendida e a um ritmo sempre crescente? A razão está numa frase da própria Bíblia proferida por Jesus ao tentador: «Nem só de pão vive o homem mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.»
Se nos contentássemos em comer, beber, ter uma casa, ter saúde e dinheiro, não pre-cisávamos da Bíblia mas «nem só de pão vivemos». Dentro de nós existe uma inquietação que nos leva a beber na fonte que é a Bíblia. E é ela própria que nos diz: «Feliz o homem que se com-praz na Lei do Senhor e nela medita dia e noite. É como árvore plantada à beira das águas correntes. Dá fruto a seu tempo e a sua folhagem não murcha.»
Donde vem a importância desta palavra? O que tem ela de especi-al? É a própria Sagrada Escritura que responde: «Toda a escritura é inspirada por Deus», quer dizer, é como um respirar do pensamen-to de Deus. É claro que houve muitos autores humanos. Ao longo de um período de 1.600 anos houve pelo menos quarenta autores. Houve reis, pobres, filósofos, pescadores, poetas, estadistas, histo-riadores, médicos. Eles escreveram diversos tipos de literatura, tal como história, poesia, profecia, cartas. Por isso é 100% escrito por autores humanos mas é também 100% inspirado por Deus. Como pode ser isso? Vamos a uma imagem: O projeto de arquitetura da Igreja Paroquial de S. José foi terminado em 1953, sendo seu autor o Arquiteto Álvaro da Fonseca. Toda a igreja foi desenhada e pensa-da por ele e, por isso, conhecemos o seu nome. Mas quase de cer-teza ele não colocou uma única pedra ou tijolo ou madeira na igre-ja. Isso foi obra dos pedreiros, carpinteiros, pintores etc. Ela é 100% obra de Álvaro da Fonseca mas é também 100% realização de todos os que trabalharam para a edificar. Neste caso só conhecemos o nome do autor do projeto, os outros ficaram no anonimato. Mas sem eles ela não se faria. No caso da Bíblia conhecemos o autor do projeto, Deus, mas até conhecemos alguns dos autores huma-nos tanto do Antigo como do Novo Testamento.
A Bíblia é como uma longa carta do amor de Deus pelos homens. Por isso quando a lemos, ela edifica-nos, anima-nos, dá-nos paz, alegria, leva-nos ao perdão, desperta o que há de melhor em nós, e, no fundo, humaniza-nos e diviniza-nos. O papa Bento XVI escreveu em 2009 uma exortação apostólica sobre a palavra de Deus intitulada Verbum Domini. Aí afirma: «A Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela. Ao longo de todos os séculos da sua história, o Povo de Deus encontrou sempre nela a sua for-ça, e também hoje a comunidade eclesial cresce na escuta, na celebração e no estudo da Palavra de Deus. Há que reconhecer que, nas últimas décadas, a vida eclesial aumentou a sua sensibili-dade relativamente a este tema, com particular referência à Reve-lação cristã, à Tradição viva e à Sagrada Escritura.» Ao proclamar o Domingo da Palavra o papa Francisco pretende dar continuidade a este amor à Palavra de Deus por parte dos fieis para que todos sejamos melhor alimentados pelo alimento que dá a Vida em abundância.

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