Esta Quaresma tivemos seguramente 2 Domingos Gaudete – da alegria. Durante toda a semana os diversos grupos de WhatsApp da nossa comunidade paroquial iam fervilhando de entusiasmo pela expectativa do reencontro que haveria de acontecer principalmente nas missas dominicais. E foi muito, mas muito bom!
“Ó Paulo, dá cá um abraço!” – fizemos algumas batotas, que eventualmente contrariaram a esperada prudência sanitária… é verdade. Mas caramba, há dias e dias!
Na próxima semana, se Deus quiser, já lá haveremos de ter instalada a rede sombra que nos haverá de garantir algum conforto térmico que se acrescentará à segurança sanitária de nos encontrarmos e celebrarmos na rua, num espaço tão amplo quanto o nosso.
No passado sábado, sem que ninguém as tenha convocado, desde manhãzinha muito cedo, um grupo de senhoras dedicou-se a arrancar todas as ervas daninhas que estavam por trás do altar e a improvisar um pequeno jardim que haverá de agradar a Nossa Senhora, no topo dessa enorme ribanceira. Ao início da tarde, um grupo de homens que não estava implicado no fim de semana Alpha que estava a decorrer, dedicou-se a instalar o estrado do altar, regularizar alguns buracos do chão e implementar a rede elétrica e de internet que haverá de servir de suporte às nossas celebrações. Na semana que vem, seremos muitos mais a instalar o toldo de quase mil metros quadrados: já estão cortados 25 paus de eucalipto e, por estes dias, muitas outras tarefas que já estão distribuídas haverão de ser cumpridas a tempo do próximo Domingo, o de Ramos.
Havia nervosismo no ar, mas sobretudo muita alegria pelo reencontro tão amargamente desejado e esperado. Nem tudo correu bem: os coros bem gostariam de ensaiar melhor e ter meios acústicos mais adequados e favoráveis, as equipas de acolhimento e ordem ainda se estão a reconstruir e reforçar, o pessoal dedicado à liturgia deseja também ele reforços, etc.
Penso que pela quarta vez, tivemos a visita das autoridades policiais, por causa de uma denúncia. De facto, nestes tempos de confinamento e em que se pede a todos responsabilidade sanitária e social, aos olhos do mundo não é muito compreensível reunir umas centenas de pessoas para algo tão dispensável quanto a eucaristia. Mas a verdade é que todos nascemos ou renascemos da eucaristia e não podemos viver sem ela. Ou podemos, mas mal. Por isso mesmo, não nos temos poupado a esforços para assegurar condições de conforto e segurança de tal modo que todos quantos queiram possam vir sem receio. E com muita alegria!