Igreja – a cultura do convite

Igreja – a cultura do convite

Muito se tem falado de Igreja em saída e de hospitais de campanha e assim… e já o somos, pelo menos em parte, graças a Deus. E ainda bem que assim é. Mas se estamos a confinar e a reconfinar e, em boa verdade, não sabemos o que nos espera, temos que nos reinventar e apelar à ousadia e criatividade do convite. Ainda que ele pareça despropositado e até inoportuno. A Igreja não fechou. O Senhor acolhe e está de braços e coração aberto, mas cabe-nos na maioria das vezes a nós a tarefa do convite.

Nasceu assim a ideia de abrir esta rúbrica que desejamos que seja tanto quanto possível semanal: que irmãos ou irmãs que entretanto estão empenhadas numa das paróquias da nossa Unidade Pastoral possam dar aqui conta da forma simples como simplesmente foram convidadas e de como isso impactou significativamente as suas vidas.

A Joana Bidarra faz parte da equipa Alpha de SJBaptista e é formadora. “Apareceu” há pouco mais de um ano na nossa comunidade e diz uma outra paroquiana que é formanda dela que até numa sessão de formação ela ousou falar da sua comunidade paroquial e do percurso Alpha que estava prestes a começar:

Decorria o ano de 2019, até que ouço a palavra Alpha. Fiquei intrigada. “Mas o que é o Alpha?” Perguntava eu. Surge então o convite feito pela minha prima Diana para ir ver o que era o famoso Alpha, mas sem grandes expectativas. 20/09/2019, lá fui eu explorar o que era e eis que sou surpreendida por uma mesa tão simpática que me acolheu de braços abertos e cheios de sorrisos contagiantes. “Vem e vê”, dizia o Padre Jorge. Fiquei curiosa. Aceitei ir ver. 04/10/2019, começava o percurso e sou mais uma vez recebida de uma forma muito especial, cheio de alegria e amor. Passou a primeira sessão, a segunda sessão, a terceira sessão e 04/01/2020 terminava o percurso. As sextas feiras nunca mais foram as mesmas e hoje, 2021, tenho orgulho em dizer que faço parte desta família Alpha. Sou uma mulher muito mais feliz e confiante e o mais importante: consegui novamente abrir a porta e sei que Ele está comigo todos os dias da minha vida.

Não podia deixar de terminar sem agradecer a todas as pessoas que me ajudaram e que estão comigo nesta caminhada tão bonita. Momentos muito especiais, vidas transformadas, o Alpha é sem dúvida a minha vida.

Digam Sim a Deus. Porque Ele tem um plano perfeito para nós.

Com carinho, Joana Bidarra


A Sónia Maciel, apesar de viver na Baixa, desde há muito tempo que frequenta assiduamente a igreja de São José, principalmente ao Domingo. Quem a segue nas redes sociais, sabe que muitas vezes tira com o filho, o Samuel, uma foto diante da igreja à saída da missa enquanto deseja às suas relações virtuais um bom Domingo. Conheci-a num jantar aqui há uns dois ou três anos, só para brasileiros (a mim, deixaram-me ir, porque se bem me lembro fui eu que encomendei a comida…). Como costumo fazer sempre, na hora de me sentar escolhi sentar-me ao lado dela e do filho, simplesmente porque percebi que estavam sozinhos. Falámos um pouco e pude perceber que não tinha uma vida nem fácil nem facilitada… ainda a convidei para fazer o Alpha, que seria uma boa forma de se integrar na comunidade paroquial e conhecer irmãos, mas era bastante claro para ambos que tal não seria possível. Como ela mesmo diz, é mãe de um “autista feliz”. E é neste contexto que surge o confinamento: tinha-lhe pedido o número e tinha-o guardado mas entretanto já o não encontrava, pelo que a contactei pelo Facebook, que agora, sendo online, ela já poderia participar… e entretanto passo-lhe a palavra:

O convite para o Alpha chegou através do Paulo Farinha, em pleno confinamento/pandemia. O Alpha na minha vida foi como um vento impetuoso de renovação cristã que me envolveu e acolheu. Eu não explico o Alpha, eu sinto o Alpha como sendo o fermento a luz da fé cristã, que cresce e mostra o caminho de luz e paz, capaz de transformar vidas.

O Alpha terminou no Natal, e entretanto a Sónia integrou uma Célula Paroquial, em São José.

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