O tema que a equipa do Departamento Nacional da Pastoral Familiar escolheu para a Semana da Vida de 2021, de 9 a 16 de maio – A Vida que nos toca – A vida que sempre cuidamos – tem duas fontes de inspiração: por um lado o Evangelho de S. Marcos, evangelista deste ano, onde por inúmeras vezes Jesus toca, e salva, aqueles com quem se cruza – a sogra de Simão (Mc 1, 31), o leproso (Mc 1, 41), a filha de Jairo (Mc 5, 41), o surdo-mudo (Mc 7, 33), o cego de Betsaida (Mc 8, 23) e por outro lado a actual situação sanitária que atravessamos que nos impede de tocar, abraçar, beijar, mesmo os que nos são próximos.
É Cristo que toca cada um de nós que nos interpela a cuidar da vida.
Temas dos vários dias
O DPNF entendeu que a Semana da Vida de 2021 deveria incidir sobre todas as fases da vida do Homem, desde a sua conceção à morte natural, não esquecendo o planeta Terra, nossa casa comum. Assim sendo, de segunda-feira a sábado, elegemos sub-temas para cada um destes dias, ordenados da seguinte formam, e inspirados por textos de vários documentos do Papa Francisco.
Dia 10.mai.2021 (segunda-feira): Cuidar da Casa Comum – Um planeta que nos toca
O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar (Laudato Si’, 13)
Todos podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades. (Laudato Si’, 14)
Esta responsabilidade perante uma Terra que é de Deus implica que o ser humano, dotado de inteligência, respeite as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo (In Ecologia integral a partir de Gn1 – Armindo Santos Vaz)
Dia 11.mai.2021 (terça-feira): Cuidar da vida que nasce – Tocar numa nova criatura
A cada mulher grávida, quero pedir-lhe afectuosamente: Cuida da tua alegria, que nada te tire a alegria interior da maternidade. Aquela criança merece a tua alegria. Não permitas que os medos, as preocupações, os comentários alheios ou os problemas apaguem esta felicidade de ser instrumento de Deus para trazer uma nova vida ao mundo. (Amoris Leatitia, 171)
Dia 12.mai.2021 (quarta-feira): Cuidar e educar os filhos – Tocar o futuro das gerações
Toda a criança tem direito a receber o amor de uma mãe e de um pai, ambos necessários para o seu amadurecimento íntegro e harmonioso. […] Não se trata apenas do amor do pai e da mãe separadamente, mas também do amor entre eles, captado como fonte da própria existência, como ninho acolhedor e como fundamento da família. […] é juntos que eles ensinam o valor da reciprocidade, do encontro entre seres diferentes, onde cada um contribui com a sua própria identidade e sabe também receber do outro. (Amoris Leatitia, 172)
Dia 13.mai.2021 (quinta-feira): Cuidar dos nossos jovens – Tocar na escolha da vocação
Chegar a ser santo é chegar a ser mais plenamente tu próprio, a ser esse que Deus quis sonhar e criar, não uma fotocópia. A tua vida deve ser um estímulo profético, que impulsione outros, que deixe uma marca neste mundo, essa marca única que só tu poderás deixar. (Christus Vivit, 162)
Dia 14.mai.2021 (sexta-feira): Cuidar dos nossos idosos – O passado também nos toca
Assim como Deus nos convida a ser seus instrumentos para escutar a súplica dos pobres, assim também espera que ouçamos o brado dos idosos. Isto interpela as famílias e as comunidades, porque «a Igreja não pode nem quer conformar-se com uma mentalidade de impaciência, e muito menos de indiferença e desprezo, em relação à velhice. Devemos despertar o sentido colectivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça o idoso sentir-se parte viva da sua comunidade.» (Amoris Leatitia, 191)
Dia 15.mai.2021 (sábado): Cuidar da família – Os laços que se tocam
Igreja é família de famílias, constantemente enriquecida pela vida de todas as igrejas domésticas. Assim, «em virtude do sacramento do matrimónio, cada família torna-se, para todos os efeitos, um bem para a Igreja. Nesta perspectiva, será certamente um dom precioso, para o momento actual da Igreja, considerar também a reciprocidade entre família e Igreja: a Igreja é um bem para a família, a família é um bem para a Igreja.» (Amoris Leatitia, 87)
[…] A beleza do dom recíproco e gratuito, a alegria pela vida que nasce e a amorosa solicitude de todos os seus membros, desde os pequeninos aos idosos, são apenas alguns dos frutos que tornam única e insubstituível a resposta à vocação da família. Tanto para a Igreja como para a sociedade inteira (Amoris Laetitia, 88)