Folha Paroquial nº 169 *Ano IV* 25.04.2021 — DOMINGO IV DA PÁSCOA

Folha Paroquial nº 169 *Ano IV* 25.04.2021 — DOMINGO IV DA PÁSCOA

A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular.

A folha pode ser descarregada aqui.

“EVANGELHO (Jo 10,11-18)

Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».”

MEDITAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS

A LIDERANÇA PASTORAL

Há muita gente avessa na igreja ao termo de líder e liderança, pois os remete imaginariamente mais para o mundo das empresas e da eficácia rentável do que para o serviço no amor. E a Igreja não é uma empresa e a eficácia não se mede com os mesmos instrumentos das empresas. No entanto, ela é também uma instituição humana, e pode aprender com as outras organizações humanas a estruturar-se melhor para a missão que lhe é confiada, dando muito fruto, “pois a glória do meu pai é que deis muito fruto e assim vos torneis meus discípulos”. A palavra leader vem do inglês e significa guiar, conduzir, liderar. Ora, o que é um pastor senão aquele que guia, conduz, orienta e lidera as ovelhas para que cheguem sem se perderem às fontes das águas?

Jesus diz de si mesmo que é o bom pastor, aquele que nos guia e dá a vida por nós. E o seu exemplo inspira os líderes cristãos; sejam eles papa, bispos, padres ou fiéis leigos.

No entanto, o dia de hoje lembra-nos que Cristo não entregou a sua Igreja a alguns que escolheu como líderes ou pastores, e foi embora deixando-lhes a eles o encargo de fazerem o melhor que sabiam. Não: Jesus diz-nos, e faz parte da nossa fé, que é Ele que continua a ser o pastor invisível do seu povo, embora tenha escolhido pastores visíveis. Jesus quando, no seu mandato missionário, enviou por todo o mundo os discípulos, disse-lhes: «Eu estarei convosco todos os dias até ao fim dos tempos», e, segundo a fé católica, os ministros ordenados recebem pelo sacramento da ordem uma graça de configuração com Cristo, pastor e chefe da Igreja. São identificados com Ele a nível do ser, para agir em seu nome e, em seu nome, guiarem, conduzirem, governarem o povo de Deus que lhes é confiado. O Evangelho de hoje diz a todos os que são chamados a serem pastores como o devem ser a partir do exemplo de Cristo. Jesus deixa bem claro que o Bom Pastor é aquele que não se serve das ovelhas, mas que dá a vida por elas. Se repararmos bem, a expressão «dar a vida» aparece repetida no texto 5 vezes. O que não dá a vida pelas ovelhas não merece o título de pastor, é mercenário, isto é, não trabalha por amor, mas para se servir delas. Imitar e incarnar o Bom Pastor é missão de todos os ministros ordenados na Igreja, mas as palavras de Jesus servem para todos aqueles e aquelas que são líderes de qualquer pequeno ou grande grupo que têm por missão guiar. O catequista de crianças, de jovens ou de adultos, o líder de uma célula paroquial de evangelização, a equipa de liderança de um percurso Alpha, e aquele ou aquela que lidera um pequeno grupo, no mesmo percurso e ainda qualquer outro responsável de pequenos grupos, é pastor do seu grupo. Mas também o político cristão deve tomar para si estas palavras de Jesus, “O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas”, de contrário é mercenário.

O que faz um líder é a sua visão, e o seu carácter. Pela sua visão e a sua capacidade de a comunicar, ele pode arrastar outros atrás de si que acreditam nela, mas se não tiver um bom carácter, depressa se desiludem e o abandonam. O líder que todos aceitam seguir tem visão, sabe comunicá-la, mas o melhor líder é o que lidera pelo exemplo da vida, que é humilde, respeita os outros, sabe escutá-los, valorizá-los e ser completado pelos outros com o que lhe falta, pois nenhum líder tem os dons todos. Por isso ele rodeia-se de uma equipa em quem confia para juntos, com a mesma visão e os mesmos valores e a mesma paixão produzirem a mudança, pois nada acontece sem um líder empenhado e outros que se juntam a ele, acreditando no projeto. Uma comunidade fica sempre mais enriquecida quando o líder que a orienta não é solitário, mas decide com outros. As hipóteses de errar são muito menores. O livro do Êxodo apresenta-nos um belo episódio em que Moisés aparece como líder solitário, esgotado a fazer justiça ao povo que permanece todo o dia de pé, em fila, à espera da sua vez de ser ouvido. Jetro, seu sogro que vê aquele espetáculo diz-lhe: «Não está bem aquilo que estás a fazer. Com certeza desfalecerás tu e este povo que está contigo porque a tarefa é demasiado pesada para ti; não poderás realizá-la sozinho.» Aconselha-o, depois, a escolher líderes com bom coração, íntegros, que amem a Deus e que o irão ajudar na sua missão: Moisés aceita o conselho e no final o povo está feliz pois está melhor servido.( Ex 18, 13-27)

A Diocese de Coimbra, seguindo uma prática que já dá frutos em muitas Dioceses, determinou no seu último plano pastoral que todas os párocos constituíssem uma equipa de animação pastoral para o ajudar no governo da paróquia. Não é apenas um órgão consultivo, como o Conselho Pastoral, é muito mais do que isso. Dizem as orientações Diocesanas para as EAP’s: «A equipa de animação pastoral é um órgão local de corresponsabilidade eclesial, de âmbito paroquial ou de unidade pastoral, que programa, dinamiza, anima, acompanha e avalia tudo o que diz respeito à vida da respetiva paróquia ou unidade pastoral. Ela tem por missão escutar, observar, reler na fé os acontecimentos que marcam a vida pastoral da comunidade (paróquia, unidade pastoral ou outra), na relação com as orientações diocesanas e com o mundo que a envolve, discernir e dinamizar a ação pastoral local.» (artigo 1º e 2º)

As paróquias de S. José e S. João Baptista tinha cada uma a sua equipa com quem o padre se reunia quinzenalmente, mas agora as duas equipas reuniram-se numa só, o que é uma poupança de tempo para o pároco, embora se tenha tornado muito maior. Assim é mais fácil fazermos um caminho cada vez mais juntos e com uma visão comum. Reunimo-nos às terças-feiras de 15 em 15 dias, e vamos tratando vários assuntos da vida das paróquias. Primeiro, começou-se por trabalhar a visão da paróquia de S. José: entretanto veio a pandemia e não houve tempo para a comunicar aos grupos. Iremos brevemente trabalhar estes aspetos com os diversos grupos.

Os membros de S. José são: Rui Rato, Elisa Serra, Filipe Silva (escuteiro), Filipe Sousa (escuteiro), Natália Costa e Ricardo Mota.

Da EAP de S. João Baptista são: Madalena Sousa, Francisca Eiriz, Isolina Melo, Alexandra Marques (jovem), Beatriz Ferreira (jovem), Jorge Brandão e Paulo Farinha. De ambas fazem parte o pároco, o vigário paroquial e o diácono permanente.

Mas não esqueçamos: em tudo isto que faz parte de uma melhor estruturação do serviço na igreja para que a sua missão se realize, o que interessa não é a estrutura, ela está ao serviço da missão que Deus nos confiou.

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