Neste Domingo, 6 Nov 2022, em todas as missas vespertinas e dominicais, estamos a anunciar e a convidar a um novo ardor da adoração eucarística tão necessária em todos os tempos, mas de um modo especial nos nossos dias. Está connosco um sacerdote da Comunidade dos Missionários da Santíssima Eucaristia. Não é a primeira vez que eles estão entre nós. Já há treze anos cá estiveram a lançar a adoração eucarística em S. João Batista e, depois, mais tarde, em S. José. Uns anos depois, voltaram para nos ajudar a fazer crescer, com novo ardor e novos membros, a adoração eucarística.
Os missionários da Santíssima Eucaristia foram fundados em 2007, em França e já lançaram a adoração eucarística perpétua em várias centenas de paróquias por toda a Europa, especialmente em França, mas também no Canadá. O P. Gary Holmes, que já cá esteve há uns anos, veio agora também a duas paróquias de Lisboa onde esteve no último fim de semana a lançar a adoração eucarística pela primeira vez e virá para as nossas paróquias no próximo sábado.
Muitos dos que trabalham na pastoral da Unidade sabem que nos guiamos pastoralmente por três chaves fundamentais: a primeira é a primazia da Evangelização, a segunda é a formação de lideranças eficazes capazes de ajudar a influenciar e promover a mudança cultural para que tudo nas paróquias seja orientado para a evangelização, como nos diz o Papa Francisco. Mas a terceira, que na ordem de importância é a primeira, é a experiência do poder do Espírito Santo. Isto é, desejamos que todos os cristãos percebam que Deus é sempre o primeiro e que tudo o que a Igreja faz, para dar fruto, tem de partir de uma vida enraizada n’Ele e no poder da oração. Sem um povo que celebra, adora, louva e suplica a Deus, parecemo-nos mais com uma ONG de serviços do que de um povo que escuta Deus para fazer a Sua vontade. Neste dia dos seminários, lembremo-nos que Jesus, quando exclama que “a seara e grande e os trabalhadores são poucos”, apresenta uma única solução: «Pedi ao dono da seara que envie trabalhadores para a sua seara.» Ele é que é o Senhor e o Mestre da seara, e não nós. Pedir-lhe, significa aprender a depender d’Ele, a receber d’Ele a inspiração, a força e a sabedoria. Esta receita dada por Jesus para as vocações serve para todo o trabalho apostólico e pastoral.
Tudo o que fazemos, seja na catequese infantil, de adolescentes, de jovens ou adultos, ou seja ainda nos percursos Alpha, percursos de casais, Células de evangelização, acolhimento, secretaria, serviço aos pobres, tudo tem de brotar do encontro com Deus na oração. Se lhe perguntássemos o que fazer para que a catequese e tudo o resto dê fruto, ele dir-nos-ia a mesma coisa: «pedi ao Senhor da seara…». Se a Eucaristia é a fonte e o cume de toda a vida da Igreja, como esta nos ensina, então a adoração eucarística é o melhor meio para nos fazer saborear longamente a presença dessa fonte e saciar-nos nela. E essa fonte é o próprio Jesus presente na Eucaristia.
Na sua exortação apostólica «Sacramentum Caritatis», Bento XVI lembrava o ensino da Igreja sobre o caráter central da adoração eucarística na vida eclesial, através de um apelo dirigido aos pastores, bispos e padres, e ao povo de Deus: «Com a assembleia sinodal, recomendo vivamente aos Pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística, quer pessoal quer comunitária.»
Neste fim de semana, em todas as missas, o P. Gary explicará aos fiéis, nas homilias, a importância deste ato de culto… que será de grande benefício para todos.
Diz-nos a segunda leitura a missa de hoje: “Entretanto, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e seja glorificada, como acontece no meio de vós. Orai também para que sejamos livres dos homens perversos e maus, pois nem todos têm fé; mas o Senhor é fiel: Ele vos dará firmeza e vos guardará do Maligno.” (2 Tes 2, 3-4)
S. Paulo pede oração aos Tessalonicenses pelo bom exercício do seu ministério, para que Ele o exerça não a partir da sua sabedoria humana, mas da manifestação poderosa do poder de Deus. Aliás, quando escreve aos Coríntios, diz-lhes isso mesmo: “Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. (…) A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.” ( 1 Cor 2,1-5). Ele sabia que a Igreja orava por Ele, mas mesmo assim não cessava de o pedir.
O Papa João Paulo II escreveu: “As nossas comunidades cristãs devem tornar-se autênticas escolas de oração, onde o encontro com Cristo não se exprime só pelo pedido de ajuda, mas também pela ação de graças, louvor, adoração, contemplação, escuta, afeição ardente, até chegar a uma verdadeira loucura do coração” (João Paulo II, No início do novo milénio, 33).
A adoração eucarística permanente permite que as nossas paróquias sejam casas e escolas de oração onde, noite e dia, há alguém que, em nome de todos, eleva a Deus o louvor, a adoração e a súplica pela Igreja e pelo mundo. Quando há uns anos se deu início, em S. José, à adoração eucarística permanente, chegámos a ter cerca de 400 adoradores que permitiu ter a adoração noite e dia, durante os cinco dias úteis da semana e mesmo ao sábado de manhã. A pandemia veio fazer-nos diminuir as horas e ficámos com dois dias em S. José e outros dois dias em S. João Baptista, mas deixámos a noite. Muitos têm saudades do silêncio profundo da adoração noturna, e espero que agora ter a possibilidade de a retomar.
São graças imensas que os adoradores recebem da parte de Deus. Quanto mais adoram, mais vêm a glória de Deus a brilhar na sua vida.
Que Deus atraia a si e ao seu coração, neste fim de semana, muitos adoradores que possam oferecer ao Senhor uma hora por semana na cadeia ininterrupta da adoração perpétua nas nossas paróquias.
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Folha Paroquial 6.11.2022 – 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM – Unidade Pastoral São José e São João BaptistaPublicado em1:38 am - Nov 5, 2022
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