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Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».
EVANGELHO Lc 21, 5-19
Na época de S. Paulo, pensava-se que a segunda vinda do Senhor seria para breve. Para alguns, isso tornou-se pretexto para não fazer nada, pois pensavam que já não tinha nenhuma utilidade trabalhar e fazer projetos que não se iriam cumprir. Na sua carta (a segunda leitura) Paulo vai colocar as coisas nos termos certos: Ele próprio apresenta-se como exemplo: Ele sempre exerceu uma atividade para não ser pesado à comunidade. Ele convida-os a trabalhar para comer o pão que eles ganharam. Os cristãos devem estar presentes no mundo por uma vida exemplar. O apóstolo tem palavras duras para os preguiçosos: «Se alguém não quer trabalhar também não coma».
No evangelho de hoje ouvimos falar de catástrofes, como acontece todos os anos nesta altura do final do ano litúrgico. Fala-se de guerras, fome e perseguições. De facto, todas estas três coisas foram e são um contínuo na história da humanidade. Neste dia dos pobres, o papa chama-nos a uma verdadeira solidariedade para com as pessoas refugiadas, migrantes e exiladas. A guerra na Ucrânia veio juntar -se a outras guerras regionais que já existiam e tornou-se o foco maior por se tratar de uma grande potência nuclear que veio pôr em jogo o equilíbrio mundial e gerar um sofrimento apocalítico ao povo da Ucrânia e ao seu próprio povo que vê morrer todos os dias os mais novos que vão para a guerra. Os refugiados são aos milhões e chegam também ao nosso país. Estamos a viver momentos difíceis a nível da política mundial e parece que o poder do mal anda à solta.
No entanto dizem-nos os textos de hoje que o Senhor está bem presente no centro das nossas vidas e que nada nos pode separar do seu amor. Quando tudo vai mal, Ele é quem nos dá coragem de trabalhar na construção de um mundo mais justo e fraterno. Neste tempo de violência e nos nossos dias de fraqueza, temos dificuldade em reconhecê-lo. O Dia do Senhor parece tardar. Mas não esqueçamos.: Não há outro salvador que devamos esperar senão o Senhor Jesus morto na cruz e ressuscitado para nos tornar vitoriosos com ele de todo o mal. Nós somos chamados a ser as sentinelas que avistam ao longe a aurora do Dia do Senhor que virá ao nosso encontro.
A Liturgia deste Domingo lembra-nos que somos chamados a avançar humildemente e com coragem alimentando-nos em cada dia da Palavra de Deus. Ela “é luz para os nossos caminhos”. Cada Domingo, o Senhor deseja ter um encontro connosco na Eucaristia fonte e cume da vida cristã. Depois Ele nos envia para agir como ele ao serviço dos outros. É com Ele que poderemos permanecer em vigília para testemunhar a esperança que nos anima.
No Domingo passado foram mais de cento e cinquenta novos irmãos que se inscreveram como adoradores, vindo assim juntar-se aos já existentes para, em nome de toda a comunidade, permanecemos em vigília, dia e noite, diante do Senhor. Que Ele nos encha da sua graça e que a permanência junto d’Ele, em vigília, atraia sobre nós, as nossas famílias e comunidade a sua abundante misericórdia. «Felizes aqueles que o Senhor ao regressar encontrar assim vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».